O inverno começou oficialmente em 20/6, mas os mineiros já sentem as temperaturas mais baixas desde abril. E, com o frio, aumentam os casos de gripe, resfriado, covid-19 e bronquiolite. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) alerta sobre os riscos, as formas de prevenção e os sintomas dessas doenças, que podem se confundir no início, mas apresentam diferenças importantes.

“A gripe é causada pelo vírus influenza e costuma ter sintomas mais intensos, como febre alta, dor no corpo e cansaço, podendo evoluir para pneumonia ou outras complicações. Já o resfriado é mais leve, com coriza, tosse, espirros e febre baixa”, explica a médica do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs-Minas), Daniela Caldas.

A bronquiolite merece atenção especial em bebês e crianças menores de dois anos. Causada, principalmente, pelo vírus sincicial respiratório (VSR), provoca tosse intensa, chiado no peito, secreção e dificuldade para respirar.

Já a covid-19, que segue em circulação, é uma infecção respiratória grave, capaz de provocar desde perda de olfato, coriza e tosse até falta de ar severa e comprometimento dos pulmões. “É difícil diferenciar a covid de outras doenças respiratórias apenas pelos sintomas. Em caso de suspeita, o ideal é realizar testes laboratoriais”, alerta Daniela.

Grupos mais vulneráveis e complicações

Crianças pequenas, gestantes, idosos, imunocomprometidos e pessoas com doenças crônicas estão mais suscetíveis a desenvolver formas graves dessas infecções. A SES-MG reforça que a vacinação continua sendo a principal estratégia para reduzir internações e mortes.

“O ideal é que toda a população busque a unidade de saúde mais próxima para verificar se o cartão de vacinas está atualizado. A vacina contra a gripe está disponível para todos a partir de seis meses, e os imunizantes contra a covid continuam sendo oferecidos para crianças, adultos e idosos”, destaca o subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Prosdocimi.

Ele lembra que os municípios têm autonomia para adotar estratégias que ampliem o acesso, como vacinação em horários alternativos e ações em locais de grande circulação.

Vacinação: cobertura ainda preocupa

De janeiro a junho deste ano, o Estado distribuiu mais de 7,8 milhões de doses da vacina contra a gripe e 1,2 milhão de doses contra a covid-19 para as 28 Unidades Regionais de Saúde, responsáveis pelo repasse aos 853 municípios.

Mesmo com ampla disponibilidade, a cobertura vacinal segue abaixo da meta. Até o início de junho, apenas 44,1% do público-alvo — gestantes, crianças e idosos — se vacinaram contra a gripe. A meta estabelecida pelo Ministério da Saúde é de 90%.

Em relação à covid-19, 88,7% dos mineiros completaram o esquema primário (duas doses), 59,08% receberam três doses, e apenas 21,72% tomaram a vacina bivalente, que amplia a proteção contra variantes do coronavírus.

Cuidados que fazem diferença

Além da vacinação, a médica Daniela Caldas reforça que medidas simples ajudam na prevenção das infecções respiratórias: higienizar as mãos com frequência, manter ambientes ventilados, evitar locais fechados e usar máscara em caso de sintomas gripais.

“O inverno exige atenção redobrada. Medidas básicas, aliadas à vacinação, protegem não só quem se cuida, mas toda a comunidade”, finaliza a médica.

 

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