A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) e a Associação Mineira das Escolas Família Agrícola (Amefa) estabeleceram na quarta-feira (3/4) protocolo de intenções para cooperação técnico-científica entre as duas instituições.

O acordo foi assinado na sede da Emater-MG, em Belo Horizonte, e também prevê o fortalecimento das parcerias entre as Escolas Família Agrícola (EFA) e a Emater-MG para estimular o envolvimento dos jovens nas atividades agropecuárias. 

As EFAs apresentam uma proposta pedagógica alternativa para a educação profissional, levando qualificação aos jovens moradores da zona rural. Em Minas Gerais, as 22 unidades atendem cerca de 2 mil alunos.

“Nós estamos com o campo envelhecido, conforme os dados do censo agropecuário, e precisamos incentivar os jovens a assumirem as propriedades e ver atratividade no trabalho rural. Então essa iniciativa é muito importante”, salienta o diretor-presidente da Emater-MG, Otávio Maia.

O secretário-executivo da Amefa, Idalino Firmino dos Santos, explica que o termo de cooperação quer colocar em prática ações convergentes, como a melhoria das atividades agropecuárias e oferecer estágios para os estudantes.

“Vamos trabalhar não só a produção, mas também a agregação de valor dos produtos, cooperativismo e acesso à terra. Outro objetivo é estimular a organização dos agricultores envolvidos nas escolas, não só no sentido de produzir, mas também de gerar renda”, ressalta Idalino.

Metodologia 

Nas EFAs, os filhos de agricultores familiares têm a oportunidade de qualificação profissional gratuita para atuarem na propriedade de suas famílias, contribuindo com o processo de sucessão familiar e diminuição do êxodo rural.

As escolas agrícolas utilizam a metodologia da pedagogia da alternância, processo em que o estudante vivencia, por períodos de 15 dias, um tempo na escola e outro em casa. Quando o aluno está no espaço escolar, há disciplinas tradicionais e aulas práticas que estão conectadas à realidade no campo. Quando voltam para casa, os estudantes aplicam o conhecimento adquirido em sua comunidade rural.

O técnico agrícola Ricardo Ferreira Vital estudou na Escola Família Agrícola de Itaobim, de 2003 a 2005.

“Assim como a minha história, eu acredito que é a história de vários jovens do Jequitinhonha. Conheci a escola família agrícola de Itaobim que trabalha com a pedagogia da alternância. Foi o que me deu condições de estudar. Permanecer no alojamento da escola me deu condições para eu fazer o ensino médio profissional e me qualificar como técnico agropecuário”, recorda Ricardo.

A formação nas escolas agrícolas têm dado a oportunidade a muitos jovens de permanecerem no campo com mais qualidade de vida, a partir da geração de emprego e renda. O protocolo de intenções assinado entre a Emater-MG e a Amefa tem validade de 24 meses, podendo ser prorrogado e/ou modificado de comum acordo entre as partes.

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